
A colheita do café conilon no Espírito Santo, estado responsável por 76% das exportações brasileiras da variedade, começou oficialmente nesta terça-feira (14) em meio a projeções históricas. O início da safra foi marcado por um evento na Fazenda Água Limpa, em Jaguaré, reunindo produtores, autoridades e especialistas, com foco em inovação e sustentabilidade. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que o estado colherá 13,1 milhões de sacas de 60 kg em 2025, um crescimento de 33,1% em relação às quase 10 milhões de sacas da safra anterior – a maior alta em uma década. 1e2t3m
Clima e tecnologia impulsionam produtividade
A data de 14 de maio, oficializada por lei estadual como marco simbólico da colheita, garante a retirada dos grãos no ponto ideal de maturação. O avanço tecnológico e as condições climáticas favoráveis são apontados como fatores-chave para o salto na produtividade, que deve alcançar 50,7 sacas por hectare em 2025, contra 37,4 sacas em 2024. “As lavouras estão em excelente estado, com reservatórios cheios e umidade adequada desde a florada”, explicou Luiz Carlos Bastianello, presidente da Cooperativa Cooabriel, que prevê “uma das melhores safras da história capixaba”.
Além da quantidade, a qualidade dos grãos surpreende: “Os frutos estão com peneiras maiores e formação uniforme, acima das expectativas”, destacou Bastianello.
Exportações e valorização do conilon
Em 2024, o Espírito Santo exportou 7 milhões de sacas de conilon, gerando US1,4 bilhões em receita. Somente no primeiro trimestre de 2025, já foram comercializadas 432,5 mil sacas do grão cru e 109 mil de café solúvel. O bom desempenho é acompanhado pela valorização no mercado.
Cenário nacional bate recorde
No país, a produção de conilon deve chegar a 18,7 milhões de sacas em 2025, segundo a Conab, impulsionada pela regularidade do clima durante fases críticas do cultivo. O Espírito Santo responde por 70% desse total, consolidando-se não apenas como líder produtivo, mas também como polo de pesquisa e práticas sustentáveis.
Com área cultivada de 258 mil hectares e investimentos em manejo, o estado busca reforçar seu papel global no mercado cafeeiro. “Estamos colhendo os frutos de uma cadeia organizada e resiliente”, afirmou o secretário estadual de Agricultura durante o evento, celebrando o potencial de crescimento mesmo diante de desafios logísticos e climáticos.
Enquanto as máquinas avançam pelos cafezais capixabas, a expectativa é que a safra 2025 consolide o conilon como um dos principais vetores econômicos do estado, equilibrando produtividade, qualidade e preços atraentes para os produtores.